domingo, 17 de novembro de 2013

A DESPERDIÇADA


Era uma vez uma moça muito linda, mas preguiçosa e desleixada. Quando a obrigavam a fiar, ficava tão irritada que, em vez de desfazer, pacientemente, os nós que se encontravam no linho, arrancava logo um punhado e jogava-o no chão, todo emaranhado.
Ora, tinha a moça uma criada muito trabalhadora que recolhia o linho posto fora, o desembaraçava e o fiava; depois mandou-a a uma tecelã que o teceu e fez um lindo vestido.
A moça desperdiçada foi pedida em casamento por um jovem distinto, devendo-se, portanto, realizar dentro em breve as bodas.
Na véspera do casamento, a criada trabalhadora dançava muito satisfeita com o belo vestido novo. Então, a noiva disse:
- Que tal essa moça que se dobra e dança vestindo as minhas sobras?
Ouvindo isso, o noivo, intrigado, pediu que lhe explicasse o que significava isso.
A noiva, então, lhe explicou que a moça vestia um vestido feito com sobras de linho que rejeitara.
O noivo refletiu no que ela disse, então percebeu o quanto sua noiva era preguiçosa e desleixada, ao passo que a outra era trabalhadora.
Ele desfez o noivado e, deixando a noiva, foi ter com prestimosa criadinha e tomou-a por esposa.

Irmãos Grimm

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